A Relíquia, Faz parte do realismo do autor, o mesmo faz um retrato da burguesia e é escrito em primeira pessoa. A história apresenta os dois personagens bem opostos: de um lado, Dona Maria do Patrocínio, a tia Patrocínio, ou Titi; rica e religiosa, torna-se uma caricatura das devotas católicas da época. Do outro lado, seu sobrinho Teodorico Raposo, entregue aos valores mundanos.
Teodorico Raposo personagem principal, cujas memórias vão aparecendo progressivamente, conforme ele relembra sua infância; sua adolescência, quando perde seu pai e passa a ser criado pela tia; sua juventude em Lisboa, na Universidade de Coimbra e, por fim, sua longa viagem à Terra Santa, ambientação da maior parte de suas aventuras. A narrativa de viagem tem um olhar bem-humorado sobre a condição de adaptação humana, em seus interesses de posse e em suas ilusões sociais e afetivas, por meio de negociações íntimas, por vezes conflitivas, entre o sacrifício e a recompensa. Do mesmo modo, o autor desenvolve as reflexões do protagonista em um constante diálogo entre a verdade e a suposição.
Durante a viagem se envolve com diversas pessoas, como a amante Miss Mary que tem um romance e uma despedida com um presente dado a ele. Na narrativa da sua viagem descreve detalhadamente sua participação nas sagradas cenas que envolvem a morte e a ressurreição de Jesus, mas acaba revelando que se tratava apenas de um sonho.